Câmara Municipal realiza sessão solene em homenagem aos 100 anos da Academia Petropolitana de Letras
A Câmara Municipal realizou, na noite desta quarta-feira (03), uma sessão solene comemorativa pelo centenário da Academia Petropolitana de Letras. O evento, conduzido pelo presidente da Câmara, Hingo Hammes, que teve ao seu lado os vereadores Dr. Mauro Peralta, Fred Procópio e Ronaldo Ramos, contou a presença do atual presidente da Academia Petropolitana de Letras, Leandro Garcia, Dom Gregório Paixão, Bispo Diocesano de Petrópolis, Diana Iliescu, diretora-presidente do Instituto Municipal de Cultura, o historiador Joaquim Eloy dos Santos, a professora Maria de Fátima Argon, vice-presidente da APL, Dr. Cléber Franciso Alves, 1º secretário, Dr. Fernando Costa, diretor de relações públicas e cerimonial, Dr. José Afonso Guedes Vaz, 1º tesoureiro, professor Ataualpa Pereira Filho, 2º tesoureiro, o professor Marcelo José Fernandes, 1º bibliotecário e o Capitão Adalberto, do 32º Batalhão de Infantaria Leve de Montanha.
O Presidente da Casa Legislativa, Hingo Hammes, parabenizou a instituição por seu centenário. “A APL é uma entidade muito importante para a cidade e guarda nossa memória literária e cultural, preservando nossa história e incentivando o surgimento de novos escritores. Fico honrado por presidir esta sessão histórica, ao lado dos demais vereadores presentes, no mesmo local onde, lá atrás, em 1922, foi realizada a instalação da antiga Associação Petropolitana de Ciências e Letras, que posteriormente teve o nome alterado para Academia Petropolitana de Letras. Minhas homenagens a cada um dos acadêmicos que já passaram pela APL, dando sua contribuição para manter este organismo vivo, estimulando de maneira contínua a produção literária tão necessária à formação cidadã e ao desenvolvimento do pensamento crítico”, afirma.
O atual presidente da Academia, Leandro Garcia, relembrou, durante a sessão solene, a história da APL, fundada há 100 anos e funcionando até hoje, sem nunca ter parado seus trabalhos. “A Academia Petropolitana de Letras resiste e honra seu espaço e atuação. Tal fato deve despertar orgulho em todos nós! Devemos ter ações concretas e políticas públicas positivas de valorização da nossa instituição, pois a cultura gera vida, memória e ajuda na promoção da identidade de um povo”, pontua.
Em seguida, Joaquim Eloy, historiador e decano da APL, discursou em nome dos demais acadêmicos e relembrou que a existência da Academia Petropolitana de Letras se deu por iniciativa do seu pai, o intelectual Joaquim Gomes dos Santos, que idealizou a então Associação Petropolitana de Ciências e Letras, João Roberto d‘Escragnolle, que divulgou a ideia, e Reynaldo Chaves, que levou à frente as reuniões para concretizar a iniciativa. Eloy contou, ainda, um momento trágico vivido. “Em determinado período foi-se oferecido o salão nobre do Grupo Escolar Dom Pedro II para realizar reuniões da Academia.
O acordo rendeu por anos e lá eram guardados materiais históricos, fotos, livros, documentos, entre outros. Porém, foi uma tristeza imensa quando um Governador autorizou que o Grupo Escolar construísse um anexo para ampliação do educandário e os trabalhadores que fizeram a edificação abriram o colégio e jogaram na praça todo material. Meu pai conseguiu salvar parte da história, que hoje está guardada na minha biblioteca. Quero que todos saibam que a luta foi árdua difícil e trágica, mas resistimos até hoje”, diz.
Em nome de todos os vereadores, Fred Procópio leu uma homenagem à Academia Petropolitana de Letras. “A APL vem sendo movida por quem tem amor pela Língua Portuguesa e pela Literatura e está viva, atuante e sintonizada com as exigências dos novos tempos. Não podemos nos esquecer que Cultura é um direito previsto na Constituição. Literatura e livros são imprescindíveis para a educação de uma nação. A APL é um patrimônio cultural de excelência. Rendo aqui a minha homenagem aos afiliados por esta contribuição tão efetiva para Petrópolis. Vocês nos enchem de orgulho! Que venham outros centenários! Parabéns”, comenta.
Por fim, o Bispo Diocesano de Petrópolis, Dom Gregório Paixão, rezou um Pai Nosso e falou sobre a importância da Academia de Letras para a cidade. “Ela é fundamental para a produção literária do município, além de ser formada por pessoas que se dedicam a lançar o que há de mais belo em seu coração: palavras belas, cultas e históricas”, finaliza.
SOBRE A APL – 1922 era o ano do centenário de Independência do Brasil e da Semana de Arte Moderna. Intelectuais, artistas, pensadores e políticos trabalhavam no sentido de fomentar a arte, em todas as suas formas. A então sede da Prefeitura de Petrópolis, o Palácio Amarelo foi, no dia 3 de agosto de 2022, palco da reunião que marcou a instalação da associação. O então prefeito Eugênio Lopes Barcellos presidiu o encontro e deu posse à primeira diretoria (ainda provisória) da entidade, eleita naquele mesmo ato. Apenas 20 dias depois, em 23 de agosto, uma nova reunião marcou a aprovação do estatuto e a eleição da primeira diretoria para dirigir a entidade por um ano.
Eugênio Lopes Barcellos ficou na presidência; e José Bento de Freitas Mello e Pedro Lacerda Rocha na vice-presidência. Foram eleitos dois secretários - Joaquim Gomes dos Santos e Eugênio Libonatti; dois tesoureiros - Henrique Mercaldo e Joaquim da Silva Maia Júnior; um procurador - Raul Serrano; um bibliotecário - Raul Affonso Boulanger Uchôa; e dois oradores - Hildegardo Silva e Salomão Pedro Jorge. Assessorando a diretoria foi criado um conselho integrado, com Carmello Paladino, Reynaldo Chaves, Alfredo de Mattos Rudge, Álvaro Machado, Álvaro Moraes, Octavio Alexander de Moraes e Arthur Alves Barbosa. João Roberto d‘Escragnolle assumiu a presidência de honra da associação.
Atualmente, sua sede social se encontra na Casa Cláudio de Souza, na Praça da Liberdade, onde são comuns os eventos sociais e culturais, todos abertos ao grande público, no sentido de democratizar o acesso à cultura e ao saber.