Câmara tem Comissão Especial para acompanhar as questões da Concer com as comunidades localizadas às margens da BR-040
A Câmara Municipal está acompanhando, por meio da Comissão Especial, os impactos da atuação da Concessionária Rio-Juiz de Fora (Concer) que administra a BR-040 no trecho Rio-Juiz de Fora, sobre moradores da comunidade do Contorno. O grupo de trabalho é formado pela vereadora Júlia Casamasso (Coletiva Feminista Popular) e pelos vereadores Gil Magno e Domingos Protetor.
A vereadora Júlia Casamasso lembra que as obras para construção da nova pista de subida da serra nunca foram concluídas e, em 2017, a comunidade do Contorno foi duramente afetada por uma cratera se abriu às margens da estrada, engolindo uma casa e levando à interdição de outras dezenas de imóveis. Não existe relação comprovada das obras com a cratera, mas é fato que o ponto onde o buraco surgiu era exatamente sobre trecho do túnel que estava sendo aberto pela concessionária, dentro do projeto da nova subida da serra. Os trabalhos, na época, estavam paralisados. Em função da cratera, 55 famílias foram despejadas de suas moradias e até hoje não tiveram reparação pelos danos sofridos.
“É nosso dever abrir o parlamento municipal para ouvir as comunidades sobre os mais diversos temas e a nossa atuação está pautada não apenas, mas essencialmente, nas movimentações populares para a obtenção de respostas para as comunidades”, explica a vereadora Júlia Casamasso.
A Concer é responsável pela gestão de mais de 180 quilômetros da BR-040 desde 1996, o que abrange nove municípios entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, interagindo com mais de 8 milhões de habitantes alocados ao longo da rodovia. Hoje, se mantém à frente da administração da rodovia por força de decisão judicial.
“Temos um trauma da Concer pelo desrespeito às vidas humanas, por não resolver a questão dos reparos indenizatórios necessários para que as pessoas possam decidir sobre as suas vidas. Nós nos sentimos presos indefinidamente”, relata a moradora do Contorno e diretora da Escola Municipal Leonardo Boff, que chegou a ser interditada na época e acabou liberada depois, Angélica Proença.