Presidente da Câmara pedirá apoio ao MP para que Enel dobre o efetivo na cidade durante o verão
O presidente da Câmara Municipal de Petrópolis, vereador Júnior Coruja, fez, na noite desta segunda-feira (4/12), durante audiência pública no Palácio Amarelo, duras críticas à concessionária de energia Enel em relação à prestação de serviços da empresa em Petrópolis. Ao lado de outros vereadores e de representantes da sociedade civil, ele enumerou alguns dos principais problemas na prestação dos serviços e anunciou que vai pedir apoio ao Ministério Público para buscar, na Justiça o aumento no efetivo da empresa durante o verão, assim como melhorias na infraestrutura para o atendimento das demandas da população.
Júnior Coruja apontou a falta de poda preventiva das árvores, as dificuldades para contato com a empresa para registro de reclamações e a falta de estrutura – de equipamentos, veículos e pessoal – para a resposta após as chuvas como alguns dos principais gargalos. “Não são problemas novos. Há muito tempo discutimos a necessidade de melhorias na prestação dos serviços, inclusive por meio de audiências públicas aqui mesmo na Câmara Municipal e também em Brasília. Agora, vamos recorrer ao Poder Judiciário. Não vamos admitir que a população seja tratada desta maneira. O que percebemos é que não há, de fato, plano eficaz para atendimento de urgências. A solução é trazer efetivo de outros municípios. Hoje, mesmo sem chuva, claramente há dificuldade das equipes para atender as demandas”, analisou, ao lado dos vereadores Domingos Protetor, Eduardo do Blog, Hingo Hammes, Júlia Casamasso, Júnior Paixão, Marcelo Lessa, Dr. Mauro Peralta, Ronaldo Ramos.
Durante a audiência, o presidente da Câmara relatou algumas das milhares de reclamações de moradores e lembrou que, assim como já aconteceu anteriormente, durante o temporal registrado em novembro a população não conseguiu contato com a empresa para registrar a interrupção o serviço. “Isso é absurdo! Vamos levar também esta questão ao Ministério Público, para que a Enel seja obrigada a manter uma base para recebimento de demandas no Parque Municipal, em Itaipava. A população precisa ter onde reclamar! No Centro existe a loja, mas não há qualquer opção nos distritos”, criticou, pedindo apoio do governo municipal, por meio do procurador geral, Miguel Barreto, e do coordenador do Procon, Fafá Badia, na questão.
Ao serem questionados sobre a infraestrutura disponível para atendimento na cidade, os representantes da Enel presentes ao encontro – Rodrigo Luiz de Almeida, responsável operacional, e Andrea Camara, diretora de relações institucionais – a Enel tem capacidade para chegar, na cidade, a 61 equipes atuando simultaneamente, cada uma com 2 a 7 integrantes. Para Júnior Coruja, a quantidade de reclamações evidencia que este número é insuficiente. “A alternativa que apresentam é usar efetivo de outros municípios do entorno, mas isso não é solução”, lamentou.
Representantes da sociedade civil presentes à audiência citaram, ainda, dificuldades para conseguir serviços básicos. Citaram a falta de separadores na fiação – que poderiam reduzir os riscos de curto – e a impossibilidade de conseguir, administrativamente, a substituição de postes danificados ou com outros problemas. Hoje, o serviço só estaria sendo realizado mediante determinação judicial. “Não estamos aqui pedindo favor. Viemos para cobrar soluções”, afirmou a advogada Bárbara Oliveira.
Também estiveram presentes na audiência pública o presidente da Companhia Petropolitana de Desenvolvimento de Petrópolis, Léo França; a advogada Denise Nunes, representando a corregedoria da OAB; Leonardo Costa, representando a Águas do Imperador; e Rodrigo dos Santos, representando o deputado estadual Yuri Moura.